“Eu procuro dizer o que sinto e o que penso. Isso é muito duro. O sujeito ter um mínimo de autenticidade. É preciso todo um esforço, toda uma disciplina, todo um ascetismo, toda uma paciência beneditina porque nós somos falsários.” Nelson Rodrigues

Meu nome é Guilherme Angra. Sou psicoterapeuta, escritor e professor.

Comecei com a escrita, lá pelos idos de 2010. Ao ler O Silmarillion, de Tolkien, percebi o óbvio ululante: “Cacete! Com a escrita eu posso ser um Deus de um mundo.” Ora, desde minha mais tenra infância, sempre fui fascinado por criar narrativas. Ao descobrir a escrita, foi como se eu tivesse achado o meio ideal para as minhas criações.

Nunca mais parei de escrever.

Escrita não dá dinheiro. Não para mim. Ela me paga de outra forma. Costumo dizer que a escrita me salvou. Escrever é terapêutico. Ainda mais para um jovem que era pra dentro, introspectivo, tímido, envergonhado.

Além da escrita, eu sempre tive uma vontade avassaladora de fazer alguma coisa que não fosse bater cartão das 8h às 18h. Eu bati muito cartão das 8h às 18h, entretanto, após o expediente “formal”, eu me acabava na música, na escrita, nos estudos, etc., etc.

Vocês conhecem aqueles homens de vida torta? De dia se vestem como homens, trabalham como homens, agem como homens; mas, à noite, eles se transformam em lobisomens. Melhor, “lobisomas”. Sim, eles se transformam em mulheres. De dia é o Paulão do almoxarifado, à noite é a Vera da esquina.

Piadas à parte, ao sair do trabalho formal, eu fazia tudo o que eu realmente queria fazer. Comecei um canal no YouTube, gravava músicas autorais, escrevia textos semanalmente, estudava economia austríaca, religião e psicologia, abri uma loja de camisetas estampadas, criei podcasts, iniciei um trabalho no Instagram, etc., etc.

Todas estas atividades das quais eu tenho apreço em fazê-las, fizeram-me descobrir. Eis que um belo dia, já puto com o trabalho formal, aquele que temos de bater o cartão das 8h às 18h, tive uma epifania: “Eu posso ajudar as pessoas no consultório!”

Como a faculdade de psicologia é dominada por ideologia e por um bando de “pseudopsicólogos” que não sabem bulhufas sobre a alma humana, concluí: “Não farei essa merda!” Então fiz o curso de psicanálise clínica, o qual também é recheado com ideologias, mas o tempo e o preço eram extraordinariamente menores.

Antes de me formar, já comecei a atender. Lá no final de 2021. Lembro-me de que saí da primeira sessão e minha mulher estava na sala, sentadinha assistindo alguma coisa, e então lá vem eu, virado em sorriso. Digo a ela de maneira enérgica: “Vou fazer isso até o fim dos meus dias.”

Nasci pra isso! Nasci para lidar com a alma humana, para ajudar as almas humanas.

Em meio a este turbilhão de acontecimentos, fiz diversos outros cursos com professores dos quais eu realmente admiro, como Olavo de Carvalho, Italo Marsili e Thiago Andrade Vieira.

Enfim, só a morte pode me parar. Enquanto ela não me pegar na esquina, seguirei escrevendo, ajudando as pessoas no consultório e também nas salas de aula.