Você já abraçou seus pais hoje?

Lembro-me quando eu, ainda criança, pequenino e cabeçudo, olhava para meus pais com olhos rútilos de admiração. Eram dois gigantes, não só pelo tamanho em relação a mim, mas pelo amor incondicional que sempre recebi de ambos.

Ao ficar doente, dor de barriga, dor de ouvido ou algum resfriado qualquer, lá estava minha mãe, com toda sua ternura e afeto para encher-me de amor. Quantas e quantas vezes, enquanto estava com aquelas dores de ouvido terríveis, vinha minha mãe com pano quente, pedindo para que eu apoiasse minha cabeça sobre o seu colo afetuoso? Diversas. E aquele era o melhor lugar do mundo para uma criança doente e insegura.

Já relatei em algumas crônicas alguns episódios com o meu pai, mas repito um que se tornou espectral em minha vida, na minha alma: quando ele me levava no mar e, com aquele antebraço grosso — que eu chamo carinhosamente de antebraço de pai — me colocava em seus ombros. Naquele instante eu poderia enfrentar um tsunami. Ora, eu estava no ombro de um gigante.

Mas eu cresci. Hoje, de tamanho, estou maior que eles. Ao abraçá-los, consigo envolvê-los em meus braços e sentir que, diferente de quando eu era uma criança frágil, agora, eu estou aqui, firme, forte e disposto a dar-lhes o amor e a segurança como eles me deram quando eu ainda era um menino magrinho e inseguro.

Eu consigo retribuir todo aquele afeto e perceber que a vida se baseia neste ciclo amoroso: os pais, por serem mais fortes, amam de forma incondicional os seus filhos. Os filhos crescem e tornam-se fortes como seus pais. Enquanto isso, os pais envelhecem e tornam-se mais frágeis. Então os filhos amam seus pais até o fim de seus dias.

Você já abraçou seus pais hoje?

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Comments (

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  1. filipamoreiradacruz

    Maravilhoso! Não abraço os meus há muito tempo porque a distância não o permite.

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