Não! Você não vai encontrar aqui músicas para ouvir na hora do coito. Ontem, enquanto eu e minha noiva ouvíamos uma playlist minha no YouTube, eis que começa a tocar John Mayer. Minha mulher sai com a máxima: “— Ouvir John Mayer dá vontade de tirar a roupa.” Apesar de eu ser um heterossexual convicto, fui obrigado a concordar com ela.
O John é bonito, mas não é apenas bonito, o cara é bonito para um cacete. Além disso tem uma voz grave e rouca. Suas músicas falam sobre fazer amor; e, para fechar com chave de ouro, o homem não é só um rosto bonito, o cara tem talento de sobra. Ele e o Rodrigo Hilbert são uma afronta aos meros homens mortais. É difícil aceitar que sou da mesma espécie que estes dois aí.
Mas eis o que eu queria dizer. Ela, de súbito, afirma: “— Era essa a playlist que você botava pra tocar quando trazia as tuas ‘pelegas’ pra cá, né?!” Para a minha noiva, toda mulher que ousei beijar os lábios antes dela, são pelegas. E, obviamente, o termo “pelega”, para ela, significa mulheres que não valem nada. Nós rimos. Você, homem que me lê, está rindo. Eu sei! Para a sua namorada, todas as suas ex peguetes também são “pelegas”, né?
Com isso, lembrei-me de meu primeiro namoro. Eu, um jovem e inocente rapaz — talvez não tão inocente assim —, sentado em frente ao meu computador, criando uma playlist no Windows Media Player, com o título: “Playlist Para Fazer Amor”. Perceba o tamanho de minha ingenuidade, perceba a minha crença ridícula num romantismo que não cabia mais em nosso tempo. E por isso mesmo já lhes adianto: não adiantou bulhufas a tal “Playlist Para Fazer Amor”.
Primeiro: o gosto musical dela divergia do meu. Então, o máximo que eu cheguei perto de fazer amor ouvindo a playlist, foi: “— Tira essa música, pelo amor de Deus!” E segundo: na hora do tesão eu não pensava em mais nada a não ser no ato de procriar. Dane-se as musiquinhas românticas! Eu não iria parar tudo e falar: “— Amor, só um momento, vou ali colocar uma música pra gente.” Ela me colocaria chifre no dia seguinte. Espera… ela colocou, pelo menos não foi no dia seguinte.
Moral da história: o homem nasce bom e romântico, a mulher o corrompe.
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